Guia imparcial para quem torcer na NBA

Depois do sucesso desse mesmo tipo de guia para NFL (mais de 6 bilhões de pessoas não o leram) e com nova temporada da NBA prestes a começar, nada mais justo que dar o mesmo tratamento para essa liga que faz tanto sucesso entre os brasileiros e que, como não poderia deixar de ser, ainda deixa muito novo torcedor confuso.

Muito parecido com o que acontece na NFL, na NBA dificilmente alguém vai ter um time de coração desde a infância (o que acontece no futebol, por diversos motivos), porém, na maioria das vezes o interesse pela liga começa em outro momento do campeonato.

Se na NFL o novo torcedor pode ser fisgado logo no começo da temporada – em domingos inteiros de de jogos de futebol americano na TV a cabo – na NBA o interesse geralmente começa com os playoffs, especialmente no seu afunilamento, ou seja, as Finais de Conferência e Finais da liga.

E esse fato pode levar a alguns erros de julgamento, afinal o novo torcedor assistindo a uma pequena parcela do campeonato pode ter ideias erradas, do nada pode assistir uma final entre Meu Golden e o Cleveland de Lebrão e achar que aquilo ali é a vida, tornando-se mais um Enzo que acha que a NBA começou com Stephen Curry, entre outros casos semelhantes.

Para isso não acontecer mais, criamos essa lista imparcial com as melhores escolhas para ser o seu novo time do coração. A abordagem é puramente científica, cada time ganhou três notas: uma em relação a seu desempenho no passado, ou seja, quanto mais títulos e sucesso, menor a nota; a segunda em relação a qualidade dos uniformes (muito importante!); e por fim uma nota relacionada à vibes. O time tem um agressor de mulheres no elenco? Perde nota. Fica em uma cidade notoriamente racista? Perde nota. Tem um mascote carismático? Ganha nota. E assim vai.

Conheça agora seu novo time do coração!

Sacramento Kings

O Rochester Royals foi campeão da liga em 1951. Esse era o nome do time que depois foi para Cincinnati, Kansas City e chegou em Sacramento em 1985. E esse foi o melhor ano da franquia que nos anos 60 teve um dos melhores jogadores da época em seu elenco, Oscar Robertson. 

Desde que chegou a Califórnia, sua melhor campanha foi em 2004, quando perdeu para Minnesota nas semifinais do Oeste em uma série épica. E foi isso. Depois de 2006 só foi voltar aos playoffs esse ano, amargando temporadas de dor e sofrimento.

Além disso, a combinação de cores não é lá grande coisa e na maioria dos anos, os Kings tinham uniformes no máximo passáveis. Até esse ano… Repaginados, o time de Sacramento não está entre os melhores uniformes da liga, mas pelo menos não está entre os piores.

Porém, a maior razão dessa primeira colocação é o raio. A cada vitória do time da capital da Califórnia um raio surge do teto do ginásio, com direito a botão sendo apertado por jogadores, técnicos e celebridades. Ninguém poderia imaginar, mas um raio (de esperança) era tudo o que os Kings precisavam.

Portland Trail Blazers

Os Trail Blazers foram campeões apenas uma vez, em 1977. Chegaram perto do título com dois vices no final dos anos 80 e começo dos anos 90. Na virada do milênio quase frustraram o primeiro título de Shaq e Kobe, levando os eventuais campeões até o último quarto das finais do Oeste. Na década passada, o time de Oregon foi bastante competitivo, indo diversas vezes para os playoffs, muito graças a competência de seu melhor jogador, Damian Lillard. Ou seja, não foi aquele sucesso, mas não foi só desgraça.

Os uniformes são impecáveis, estão certamente no top 5 da liga e dispensam comentários.

Em relação a vibe, bom aí depende. Após o fracasso das últimas temporadas, o time trocou Lillard e se encheu de jovens jogadores promissores, especialmente a escolha desse ano, Scott Henderson, considerado um dos melhores prospectos da última década. 

Escolher esse time envolve paciência (ele vai perder muito, mas muuuuito mesmo, nas próximas temporadas), e contar com o desenvolvimentos de seus novinhos. Se o plano der certo é só alegria, se der errado, pelo menos seus olhos não vão ser castigados por uniformes horríveis.

Phoenix Suns

Escolher um time que conta com várias estrelas (duas em especial, Kevin Durant e Devin Booker são super estrelas) parece apelativo, mas a verdade é que o Phoenix é um dos times mais amaldiçoados da NBA (mas Clippers vence essa disputa, disparado). 

O time do Arizona foi para três finais em três décadas distintas e perdeu todas. Apesar do bom momento nessa década, os anos 10 do Suns foram horrorosos, muito culpa do antigo dono, Robert Sarver, péssima pessoa e notório sovina.

Os Suns trocaram de uniforme esse ano, mas o conjunto da obra é mais do mesmo. Nunca foram os melhores uniformes da liga, mas também não são horríveis, podem ser usados sem passar muita vergonha.

Quem escolher esse time tem que ter a noção que o time está apostando todas suas fichas para ganhar logo. Jogadores veteranos, com salários estratosféricos e pouca perspectiva para o futuro caso tudo der errado. Mas as vibes melhoraram muito desde a chegada do novo dono do time, muito mais interessado em gastar com jogadores e não em fazer piadas machistas e racistas (entre outras barbaridades).

Minnesota Timberwolves

Criado no final dos 80, o time de Minneapolis deveria estar muito acima nessa lista, afinal seu melhor desempenho foi o supracitado ano de 2004. De lá para cá o time não venceu nenhuma rodada de playoffs e só deu tristeza para o seu torcedor.

E o motivo por essa baixa pontuação são seus uniformes que no máximo são passáveis. Na próxima temporada a equipe vai até usar um modelo retrô, mas se trata do modelo errado, já que sua melhor versão está no final dos anos 90, começo dos 2000, quando o time tinha Kevin Garnett e era um dos melhores da liga.

A equipe conta com um dos jogadores mais carismáticos da liga, Anthony Edwards que além de participar de produções cinematográficas com Adam Sandler (você decide se isso é bom ou ruim), ainda tem um cachorro chamado Ant Jr.

Porém o que Ant tem carisma, o restante da equipe tem o oposto: Karl-Anthony Towns era um jogador simpático, mas que nos últimos anos se revelou completamente deslocado da realidade e Rudy Gobert não consegue agradar torcedores, técnicos e, principalmente, colegas de time.

Los Angeles Clippers

Idêntica é a pontuação do outro time de Los Angeles. Os Clippers são considerados um dos times mais azarados (se não o mais) de toda a NBA, e muita gente acredita que é fruto de um carma ruim, afinal seu antigo dono, Donald Sterling, era sovina, racista e má pessoa no geral, a ponto de ser expelido da liga. Para se ter uma ideia, nos seus 50 anos de existência, a franquia só chegou em um uma única final de conferência (2021), mesmo com ótimos times na última década.

Um dos motivos pelo qual os Barquinhos não fazem sucesso com os deuses do basquetebol é o fato de seus uniformes serem bem mais ou menos: cores normais, design normais. O uniforme alternativo, meio street style, tentou resgatar um pouco do charme “fique rico ou morra tentando” de Los Angeles, mas não conseguiu.

Mas apesar de todas as maldições, a equipe é novamente uma das favoritas do Oeste, muito pela competência dos seus principais jogadores: Kawhi Leonard e Paul George, ótimos jogadores, mas que precisavam ficar saudáveis nos playoffs. Outro ponto positivo para as vibes é que o time vai inaugurar ginásio próprio na próxima temporada e não vai precisar morar de aluguel com os Lakers.

New York Knicks

As últimas décadas não foram nada fáceis para o time de Spike Lee. De atores principais da década de 90, a ponto de se tornarem ameaça para o Bulls de Jordan e cia, os Knickerbockers passaram para saco de pancadas e risadas. Trocas infrutíferas, escolhas de draft erradas, técnicos equivocados e um dono pra lá de controverso. Não fosse o sucesso dos 90 e os dois títulos dos 70, o time estaria muito melhor colocado nos rankings.

Um dos uniformes mais clássicos da NBA, só não ganha mais pontos por insistir em jogar de preto quando não precisa (pecado repetido por muitos dessa lista).

Apesar do técnico atual, Tom Thibodeau, ser considerado por alguns como ultrapassado, sua passagem por NY tem sido de relativo sucesso, com direito a vitória de série de playoffs na última temporada. A equipe conta com bons jogadores e escolha de draft para trazer a próxima estrela que finalmente vai salvar o time mais valioso da NBA e que conta com o ginásio mais icônico dos esportes norte-americanos, o Madison Square Garden.

Memphis Grizzlies

Originalmente um time canadense, os Grizzlies logo foram para Memphis e obteve relativo sucesso, especialmente no começo dos anos 10, quando era conhecido pela sua defesa e ofereceu dificuldades para os grandes times da época, como Spurs, Thunder e Warriors. 

Com a idade pegando e grandes contratos, a equipe passou por uma renovação e nela achou novos ídolos: Desmond Bane, Jaren Jackson Jr e, especialmente, Ja Morant. Mesmo assim, o time procura ainda chegar a sua primeira final e, quiçá, título.

Os uniformes dos Grizzlies melhoraram muito ao longo dos anos, dos espalhafatosos modelos de sua criação até o momento atual. Especialmente o modelo statement quando utilizado com os badulaques (acessórios para jogadores profissionais e balaquentos de parquinhos) amarelos. Fica uma ótima combinação.

Mas apesar de toda juventude e otimismo, as vibes já estavam melhores. Depois de várias temporadas seguidas chegando aos playoffs e muitas delas fazendo um belo papel, Memphis não vai contar com seu principal jogador (Ja Morant) no princípio da temporada. Suspenso pela liga por ficar se aparecendo com armas de fogo nas redes sociais, entre outras tretas, essa ausência pode ser decisiva para o sucesso do time.

Charlotte Hornets

A verdade é que os Hornets deveriam estar na primeira posição dessa lista, não fosse várias decisões erradas de seus donos e tomadores de decisões. Desde a sua criação, os Hornets não fizeram nada de interessante enquanto estiveram em Charlotte. Seu grande feito nos últimos 15 anos foi ter sido propriedade de Michael Jordan. Hoje nem isso.

Melhores decisões e os Hornets seriam 10 na categoria uniforme. O logo dos anos 90 é tão clássico que é possível ser visto ainda hoje em bonés e camisetas no mundo real. Os uniformes daquela época estão entre os melhores já criados na NBA. Mas os Hornets resolveram utilizar versões menos inspiradas dos dois, um logo bleh e um uniforme bonito, mas com gostinho de quero mais (mais passado).

Porém as vibes é que complicam a sua colocação. Depois de quase um ano no limbo, a liga decidiu punir o ala Miles Bridges por agressões domésticas. Com uma suspensão estipulada (e bem curta, para falar a verdade), os Hornets admitiram o jogador de volta a seu elenco. Que papelão.

Orlando Magic

Criado praticamente junto com os Hornets, o Magic teve muito mais sucesso no período, chegando em duas finais, ambas contando com jovens pivôs dominantes da época (Shaquille O’Neal e Dwight Howard). 

Assim como os Hornets, o time de Orlando teve seu grande momento em termos de uniformes no começo dos anos 90, mas os atuais, se não são perfeitos, ainda assim são bem bacanudos.

Conta a favor do seu sucesso o fato de ser a única equipe da NBA com redes sociais em PT-BR (muito por conta da grande quantidade de brasileiros adultos que insistem em ir para Disney). O mascote, Stuff, uma criatura mágica/carismática, também contribui na pontuação.

O elenco atual está recheado de ótimos e jovens jogadores, com destaque para o alemão Franz Wagner e o falso italiano Paolo Banchero (controvérsia). Só não ganha 10 nesse quesito pois seus donos, a família DeVos, é uma das principais aliadas de Trump nos EUA.

New Orleans Pelicans

O antigo New Orleans Hornets foi competitivo na primeira década do milênio e foi só. Apesar de algumas boas séries de playoffs aqui e acolá, o time nunca foi muito longe. Com a confusão envolvendo os Hornets, pode-se dizer que é a franquia mais jovem da NBA (ou não, é bem confuso).

Após trocarem de nome em 2013, o time trocou de roupa e ficou bem triste. Um dos piores uniformes da NBA, que de vez em quando apresenta uma ideia interessante, apenas para voltar para o horror de sempre.

O elenco atual conta com jogadores interessantes, mas seu principal nome, Zion Williamson, não consegue se manter saudável, o que faz com que o time não consiga atingir o seu potencial. Além disso, a equipe fica em Nova Orleans, cidade do Jazz e do carnaval sem graça, o Mardi Gras.

Brooklyn Nets

Uma marca de roupa ou um time? Essa é a pergunta que se faz quando se trata de Brooklyn Nets (mesma sina de outros times como os Hornets, Raiders e o falecido Mighty Ducks of Anaheim). Estampando diversos bonés, jaquetas e similares pelas ruas do mundo, os Nets já passaram por poucas e boas nessa liga, 

Chegaram a duas finais no começo do século (quando eram New Jersey Nets), meio que sem querer e nos últimos dez anos tentaram montar dois supertimes. O primeiro, através de uma troca com os Celtics, foi considerado a pior troca da história (quando trocaram a vida por Paul Pierce e Kevin Garnett envelhecidos). A segunda tentativa, quando trouxeram Kevin Durant, Kyrie Irving e James Harden (esse numa troca controversa), foi um dos momentos mais absurdos da NBA. As super estrelas só deram dor de cabeça (com exceção de Durant) e todos foram trocados, afinal.

Apesar das roupas populares, os uniformes dos Nets são extremamente sem graça e uma repaginada no visu seria essencial.

Porém a equipe está com ótimas vibrações, especialmente depois de ter se livrado de seus maiores astros. O troco das superestrelas rendeu diversas escolhas em futuros drafts, alguns jogadores para compor elenco e algumas promessas. A principal, o simpático e cada vez mais simpáticos Mikal Bridges (não confundir com Miles)

Washington Wizards

Um dos times mais tristes da história da NBA. Os Wizards eram no passado os Bullets, mas sacumé esses gringos com relação a armas e massacres em escolas. Então eles decidiram trocar de nome ainda nos anos 90. Mal sabiam que esse nome vinha com uma maldição, e o time do Harry Potter só não foi a equipe mais patética da NBA nesses últimos 30 anos pois ainda existem os Hornets (e até certo momento, os Clippers).

Os Wizards foram responsáveis por um dos modelos mais bacanas das últimas temporadas, com referência às cerejeiras da capital norte-americana, o city edition cherry blossom. De resto, eles têm aquela mesma pegada USA, vermelho, azul e branco, mas sem nenhum tipo de inspiração.

Depois de trocar seus dois principais jogadores, Washington vem para uma remontada forte. A franquia agora possui inúmeras escolhas nos próximos drafts, dois jogadores com pinta (Kyle Kuzma) e jogo de boleiro (Jordan Poole) e com o novato que joga duro, Bilal Coulibaly. Vão ser anos difíceis para um torcedor acostumado a sofrer, se você achar uma boa ideia, pode se juntar a essa galera.

Atlanta Hawks

Outra franquia que só teve título no tempo do guaraná de rolha, os Hawks sempre estiveram beliscando os playoffs nas últimas temporadas, chegando a uma final de conferência em 2021. Apesar de não conquistar os títulos, é uma equipe competente e a chegada do experiente técnico Quin Snyder na metade da temporada passada deu uma sacudida no time e deve dar ótimos frutos nos próximos anos.

Responsáveis por algumas das maiores atrocidades em termos de uniformes na metade da década passada, o modelo atual é clean, clássico e de bom gosto, ornando muito bem os jogadores. De vez em quando surge um modelo muleque (em homenagem a Martin Luther King em suas iniciais) que sempre é alegria nas pernas.

Seu melhor jogador é o marrentinho Trae Young. Nascido no melhor dia do ano, ele busca redenção depois de temporadas controversas e se ele, e o restante do elenco, conseguirem fazer um jogo mais coletivo, esse time vai voar longe.

Milwaukee Bucks

Os Bucks foram um dos melhores times dos últimos anos. Campeões em 2021, sempre nas cabeças, eles fizeram uma das melhores campanhas da NBA na última temporada, mas perderam na primeira fase dos playoffs. Crise! Mas como eles podem estar tão bem colocados? A resposta: carisma.

A verdade é que os uniformes, se não são obras de arte, são interessantes e não fazem feio. Os Bucks pertencem às equipes que insistem em usar uniformes pretos, mas no seu caso específico ele até que é um dos mais interessantes.

Mas apesar da derrota recente, as vibes, essas são as melhores possíveis. Depois do fiasco dos últimos playoffs, o time simplesmente trouxe Damian Lillard, o melhor rapper que joga basquete (ou vice-versa) e um dos melhores pontuadores da liga, que vai formar dupla perfeita com Giannis Antetokounmpo, jogador que não deixa a nota dessa categoria baixar de 8.

Indiana Pacers

A  história do Indiana Pacers é feita de alguns altos e poucos baixos. Nos anos 90, liderados pelo carismático Reggie Miller, a equipe fez os Chicago Bulls suarem para chegar às finais. Quando Jordan se aposentou, foi a vez dos Pacers chegarem às finais, só perdendo para o super time de Shaq e Kobe. No começo dos anos 10, com um jovem Paul George no elenco, novamente foram uma pedra no sapato, dessa vez para o Heat de LeBron, Wade e Bosh.

Os uniformes nunca foram lá grande coisa e os atuais também seguem a mesma filosofia, porém nunca estiveram entre os piores, apenas não chamam a atenção.

Contando com um jovem armador de muito potencial, Tyrese Halliburton e outras jovens promessas, os Pacers devem incomodar no futuro, ou seja, um ótimo time para acompanhar. Mas aí está o grande problema, você realmente vai querer torcer para um time de Indiana, basicamente uma Sinop estadunidense? Acho que não.

Dallas Mavericks

Antes da chegada de Dirk Nowitzki, os Mavericks existiam, eu acho. Mas apenas com a chegada do grandalhão alemão é que Dallas realmente entrou no mapa do basquete dos EUA. Ele demorou para ganhar o título, mas quando ele veio, em 2011, em cima do super time do Miami Heat, foi uma das grandes conquistas da história da NBA.

Assim como os uniformes de Indiana, os do Maverick não chegam a ser feios, mas dificilmente apresentam alguma novidade instigante. O city edition com sua fonte diferenciada do ano passado foi seu melhor momento em anos.

Mas a maior nota vai para as vibes, ou seja, Luka Doncic, um dos jogadores com mais cara de bom moço. Carismático e bom de bola, ele em poucos anos já se transformou em um dos melhores da liga. Porém essa nota pode se tornar negativa, se a passagem do problemático (para falar o mínimo) Kyrie Irving não for frutífera, o que poderá representar um Luka longe do Dallas no futuro.

Detroit Pistons

Não parece, mas o Detroit Pistons foi uma das equipes mais vencedoras da chamada Era Moderna da NBA (após 1980). Se nunca tiveram a consistência dos rivais Pacers, os Bad Boys souberam aproveitar a oportunidade e conquistaram 3 títulos (muito na base da porrada) nesse intervalo. Porém desde a metade dos anos 2000 vem num monte e desmonte que não parece ter fim.

Outro caso de uniformes que não saltam aos olhos, mas também não atrapalham. Um pouco melhores do que dos times anteriores, eles também conseguiram a façanha de se vestir bem nos anos 90 (o que em alguns casos era impossível), mesmo com toda aquela estampa.

Cade Cunningham é o principal jogador da equipe. Escolha número um do draft de 2021, ele ainda não atendeu as expectativas dos torcedores de Michigan. A chegada do técnico Monty Williams, depois de um sólido trabalho em Phoenix, pode ser o catalisador desse salto de qualidade tão esperado. Porém, o que eleva as vibes e lhes dá muitos pontos, é o time ser localizado na cidade da Motown.

Chicago Bulls

A verdade é que os 6 títulos com Jordan, Pippen e companhia mascaram a história do Chicago Bulls, que nunca apresentou o mesmo desempenho no resto da sua história de mais de 50 anos. Às vezes surgia a esperança nos olhos do torcedor, como quando o time tinha Derrick Rose em temporada de MVP e antes da contusão, ou a metade da temporada 21/22, (com Lonzo antes da contusão), mas fora isso, muito pouco.

Porém torcer para o Bulls significa estar vestindo um dos uniformes mais icônicos da NBA, perfeito em todos os sentidos (os dos anos 80, de um MJ novinho, eram bem dá hora também). Só não ganham 10, pois insistem em jogar de preto – o uniforme preto com listras vermelhas é bacana, mas o restante é bem sofrido.

Apesar de bons jogadores, como Zach Lavine, DeMar DeRozan e Alex Caruso (rs), a equipe vem numa draga danada e mergulhada até os joelhos na mediocridade. Joelhos esses que são do armador Lonzo Ball, novamente machucado e que vai perder a próxima temporada inteira. 

Além disso, os Bulls têm o mascote mais famoso (e alucinado) da história da NBA. Benny the Bull e suas bizarras variações são um show à parte e em muitos casos pode ser o único motivo para fisgar a sua torcida. Isso e Michael Jordan. Toca aquele Alan Parson Project!

Philadelphia 76ers

Apesar de contar com a mesma nota de sucesso dos Bulls, o time da Philadelphia possui muito menos títulos, o último no distante (e glorioso) ano de 1983. Porém, de vez em quando a franquia monta uma equipe competitiva que dá trabalhos nos playoffs. Foi o caso daquela da virada do milênio, capitaneada por Allen Iverson, e da atual.

Os uniformes, em seus piores momentos, eram sem inspiração, mas de vez em quando eles acertam. Apesar de muitas referências aos USA, ainda assim são belos modelos, podendo ser usados com um orgulho semi-patriota.

As vibes dentro do vestiário podem não ser as melhores possíveis no momento, especialmente com um Joel Embiid apelão decidindo jogar pelos EUA na próxima olimpíada (ele é camaronês). 

Mas torcer para os Sixers representa torcer para o mesmo time de ótimas séries como Abott Elementary e It’s always sunny in Philadelphia. Além disso, você poderá vaiar o adversário, os próprio time, o mascote, os árbitros, o Papai Noel e até mesmo o torcedor ao seu lado, o que torna a torcida de Philadelphia um caso à parte..

Toronto Raptors

Apesar de todas as decepções que o time trouxe para a sua torcida ao longo dos anos, a verdade é que o time dos Dinossauros foi melhor do que muita franquia antiga, apesar de sua curta existência. 

Com um nome inspiraddísmimo em Jurrasic Park, os Raptors tiveram seus bons momentos no começo do milênio, com Vince Carter e cia e, apesar das constantes derrotas sofridas pelos Cavaliers de LeBron James (que renderam o apelido de LeBronto), a equipe conquistou seu primeiro título em 2019, justamente em cima do supertime do Golden State Warriors que, apesar de se tratar de outra franquia famosa, foi como se os Rebeldes tivessem derrotado o Império no final do filme.

Os uniformes nunca foram o forte dos Raptors, os atuais, muitos inspirados na bandeira canadense, continuam sem inspiração, mas existe espaço para melhorias.

Para o futuro, o time de Toronto aposta em renovação. Trocou de técnico, deixou alguns veteranos partir e apostou na evolução de Scottie Barnes, que teve um ótimo ano de novato, mas patinou no segundo. Seu desenvolvimento vai ser crítico para o sucesso dessa equipe jurássica (só no nome).

Oklahoma City Thunder

Quando se mudou para Oklahoma, o Thunder era terra arrasada e teve que ser montado do zero. E que montagem, simplesmente três halls da fama (Kevin Durant, Russell Westbrook e James Harden) no elenco que fez com que o time, ainda saindo do forno, chegasse às finais da NBA. Mas o que parecia ser o nascimento de uma nova dinastia, se tornou um pesadelo nas pradarias com a troca de Harden e a saída de Durant. 

Os uniformes do Thunder são grotescos, e só mesmo o fato do autor estar desidratado fez com que eles recebessem nota tão alta. Talvez tenha sido pena.

O Thunder está novamente com um time de jovenzinhos contagiantes. A maior estrela do time é o canadense Shai Gilgeous-Alexander, que é pura e simplesmente um craque. Outras jovens promessas, como o Timothée Chalamet  Josh Giddey e o bonecão de posto Chet Holmgren,  compõem esse elenco que tem o potencial de repetir os feitos de 2012.

Porém, sim, esse autor não se conforma com a extinção do Seattle Supersonics. Por isso, todo o que foi dito aqui se refere apenas ao Thunder, e com um certo grau de rancor.

San Antonio Spurs

O time dos Spurs já era bem competente, mas a chegada do técnico Gregg Popovich e do pivô Tim Duncan na metade para o final dos anos 90 o transformaram em uma das franquias mais vencedoras da NBA. Foram cinco títulos, quatro deles com o trio Duncan, Parker e Ginobili. Porém, desde a conturbada saída de Kawhi Leonard em 2018, o time vem patinando na mediocridade.

Preto e prata são as cores do Spurs, ou seja, as cores do sucesso. Os uniformes do Spurs são clean e muito belos, só não ganham dez pois seguidamente estão fazendo referência às forças armadas (quando fazem referência a cultura mexicana, aí disparam e ultrapassam a maior nota, algo que muitos consideravam impossível).

Os torcedores e a comissão técnica de San Antonio acreditam ter encontrado o novo Tim Duncan. Com 2,24 metros de altura, Victor Wembanyama é considerado o melhor prospecto desde LeBron James e em suas (enormes) mãos está depositado o futuro da franquia.

Houston Rockets

Verdade seja dita, apesar de os dois títulos da franquia estarem fazendo trinta anos logo logo, os Rockets sempre estiveram nas cabeças, com times competitivos nas últimas quatro décadas. O último foi o de James Harden e Chris Paul que, por pouco, quase tirou o título do super time dos Warriors em 2018.

Sem ser de longe um dos uniformes mais inspirados da NBA, de vez em quando o time do Texas apresenta belos modelos, especialmente quando apostam nos detalhes amarelos em detrimento do cinza.

Cansados de perder, a franquia resolveu dar uma guinada para as vitórias trazendo alguns bons veteranos e apostando na evolução dos jovens. Chegaram os “velhos” Fred Van Fleet, o polêmico Dillon Brooks e o idoso Jeff Green, mas o sucesso do time dependerá do desenvolvimento de seus jovens. Porém, com um jogador preso depois de bater na namorada (Kevin Porter Jr), a temporada dos Rockets já começa cheia de drama e decepção.

Denver Nuggets

A pontuação dos Nuggets deveria ser bem maior? Sim. Mas vários são os fatores que fizeram eles perderem pontos. Atuais campeões, eles tiveram nota baixa na categoria sucesso apenas para impedir aqueles que viram dois jogos das finais escolhessem de forma precipitada o seu time. Um serviço de utilidade pública, pois, apesar do sucesso recente, o time de Denver nunca foi um dos melhores da liga.

Aqui novamente perdendo pontos não pelo que é, mas pelo que poderia ser. Assim como os Hornets, entre outros exemplos, o time de Denver já teve uniformes perfeitos, como os utilizados nos anos 80 e que faziam referência ao pôr do sol (ou seria o amanhecer?) nas montanhas do Colorado, mas resolveu optar por modelos menos inspirados para a atualidade, que se são comuns, não são não totalmente horríveis.

A grande estrela do time, o cracaço Nikola Jokic, criou um personagem em que ele representa um jogador da NBA que não gosta do esporte (e da liga) e que prefere seus cavalos de corrida às quadras de basquete. Com uma linha tênue entre o que é verdade e o que é atuação, Jokic pode estar rindo da cara da liga ou apenas sendo um chato (acredito na primeira opção).

Miami Heat

Surgido na mesma época que Hornets, Timberwolves e Magic, o Miami HEAT é com certeza o time mais vencedor dessa turma, com três títulos e outras quantas finais. Ajuda o time estar em uma cidade grande e cheia de atrativos para atrair os jogadores (sol, praias, mulheres, café cubano/colombiano/brasileiro infinitamente superior ao norte-americano) e fazer com que eles assinem com a franquia.

Mas a verdade é que isso só foi possível graças a competência (e demência) de Pat Riley, um dos técnicos (Lakers, Knicks e Heat) e dirigentes mais vencedores da história. Quando ele chegou na metade dos anos 80, o Hear era um bom time, de lá para cá ele se transformou em um dos mais importantes da liga

Os uniformes do Heat são bacanas levando em consideração a quantidade de uniformes com vermelho, branco e preto que existem. Porém, eles não aplacam a saudade dos modelos Miami Vice, obras primas do design de uniformes e que se fossem utilizados constantemente seriam responsáveis por um 10 com estrelinha.

Apesar de não terem conseguido trocar por Damian Lillard, o Heat ainda contém um bom elenco, técnico e, principalmente, Jimmy Butler. O mais brasileiro dos atletas da NBA (inclusive mais que alguns brasileiros de nascimento), ele dá um show de carisma fora de quadra. No jogo, ele leva o time a vitórias na base da garra e comportamento psicopata. Vai Brasil!.

Golden State Warriors

Nenhum time foi mais vitorioso que o Meu Golden na última década: Quatro títulos, mais duas finais, múltiplas participações em playoffs e uma dinastia. Uma dinastia que está ficando velha, cara e com alguns problemas de relacionamento, ainda assim uma dinastia.

Depois de um período tenebroso nos anos 90, quando trocaram de logo e cores, parecendo mais um time genérico criado no NBA2K, os Warriors voltam para as cores e designs clássicos e, além de mandar bem no visu, foi sinônimo de vitórias.

Agora, torcer para um time das big techs do Vale do Silício não possui um décimo do carisma que é torcer para um time de Oakland, lar do glorioso Oakland Raiders e dos Panteras Negras, logo o time perde muitos pontos por estar na categoria, time de playboy

Cleveland Cavaliers

Explicar a história da equipe de Cleveland é complicada. De saco de pancadas até a chegada de LeBron James em 2003, que levou o time até as finais (e perdeu feio). Passando pela saída de LeBrão, tristeza e decepção, até a volta de LeBron, conquista do único título e numerosas finais perdidas, até a saída de Lebron (again). Nova onda de tristeza, novos jogadores, remontagem e esperança afinal (dessa vez, sem LeBron).

Com um design remodelado, os Cavaliers perdem muitos pontos após apresentarem uniformes completamente insossos, até mesmo para os padrões do time de Ohio.

Mas como dito antes, existe esperança. Os jovens Darius Garland e Evan Mobley já levaram a equipe para os playoffs e devem continuar evoluindo. E sempre existe a possibilidade de draftar Lebron James Jr (mais conhecido como Bronny James)..

Los Angeles Lakers

Dezessete títulos, empatado com os Celtics no número de taças, os Lakers contam com o maior número de participação nos playoffs e finais. Com jogadores hall da fama espalhados por todas as décadas de existência da NBA, eles são a franquia símbolo da liga (junto com seu maior rival). Escolher os Lakers para torcer, representa escolher torcer pela história da NBA ou não ter muita imaginação.

Apesar de não ser tão fã dos uniformes brancos, e dos últimos designs para os uniformes roxos, não há como negar que eles estão entre o que de melhor que a liga já apresentou. Com um pouco de esforço estariam marcando dez.

Depois de conseguir se livrar de Russell Westbrook e seu enorme contrato na temporada passada, o elenco dos Lakers passou a fazer mais sentido, tanto que a equipe chegou até as finais do Oeste. Porém, a equipe só vai longe se seus principais jogadores, LeBron e Anthony Davis, conseguirem se manter saudáveis, o que não foi a regra para as últimas temporadas.

Utah Jazz

Quase que como um Indiana Pacers mórmon, o Utah Jazz dá a impressão de não conseguir ser uma das piores franquias da liga por muito tempo. Depois de trocar seus melhores jogadores, se espera que o time de Salt Lake City brigue para as últimas posições. Ou não.

O ano passado, que era para ser o fundo do poço, o time no máximo molhou as canelas e teve que se esforçar de verdade esse ano. Portanto, nada impede que eles vençam, mesmo não querendo, nos próximos anos.

Os uniformes são abomináveis, uma das piores coisas já apresentadas em um nível profissional, não só do basquete, mas do esporte mundial.

O time é jovem e cheio de talentos interessantes, mas o problema é parecido com o do Indiana, só que pior, afinal vocês estarão escolhendo torcer para um time de um lugar que é basicamente Flores da Cunha só que em forma de Estado.

Boston Celtics

Também com dezessete títulos, o time de Boston está empatado como o maior vencedor da liga. Só que faz um bom tempo que eles não levantam uma taça, a última foi em 2008, antes disso, só nos anos 80. 

Mas não se engane, com um time jovem e talentoso, como suas maiores estrelas – Jayson Tatum e Jaylen Brown – o time fez duas trocas de peso para as próximas temporadas, o ótimo armador Jrue Holiday e o pivô Kristaps Porziņģis. Ou seja, a ameaça do título dezoito está sempre à espreita.

Os uniformes são perfeitos, só perderam pontos quando, assim como outros de seus pares, resolvem se vestir de preto sem motivo.

Agora… você realmente quer torcer para um time de Boston? Não só é uma cidade odiada na maioria dos esportes (pra não dizer todos), como notoriamente racista, a ponto de se destacar no meio de um monte de cidade racista que existe nos EUA. Além disso, você estará torcendo na companhia de gente como Mark Wahlberg e Dane Cook. É isso que você quer para a sua vida? Eu acho que não.

Para mais sistemas que basicamente são um guia para viver de forma correta, muito próximos da filosofia grega e oriental, acesse o restante do blog. Tem outros conteúdos sobre NBA e esportes em geral também.