É muito difícil saber o motivo que levou uma pessoa, pelo menos aqui no Brasil, a escolher um time de futebol para torcer. São inúmeros os fatores que contribuem para essa escolha: influência de parentes e amigos, cores e escudos, jogadores, as inúmeras quinquilharias que ganhou quando tinha apenas um ano de idade.
Por ser muito mais orgânico é difícil de entender, já que pais fanáticos podem criar filhos que torcem para o time rival, assim como uma espécie de desamor pela cidade natal pode fazer com que se escolha um time de um local bem longe.
Porém, para quem assiste a NFL, na maioria dos casos sem a influência de pessoas próximas, a escolha do time é mais objetiva, afinal o fator local não influencia, você não tem um amigo ou tio chato que torce para o Grêmio e, na maioria dos casos, a pessoa não tem uma grande noção de qual a história do time, desde derrotas até títulos.
Por isso foi criado esse guia, para definir, para aqueles que estão começando a acompanhar o esporte definirem de vez uma torcida de qualidade. E alguns fatores básicos foram considerados ao criar essa lista:
- O quanto o time já ganhou: afinal torcer para quem está sempre ganhando é meio sem graça, o quão emocionante é torcer para o Real Madrid ou Bayern de Munique? Resposta: Nem um pouco.
- O quão bonito são os uniformes: você vai torcer para esse time por anos, quiçá décadas, é importante que seus olhos não sejam atacados por combinações terríveis de cores.
- O fator vibe: o quanto o time é legal ou não, pode ser uma torcida assumidamente racista, pode ser um quarterback carismático, pode ser um mascote efusivo. Qualquer coisa pode ser um fator.
Dito isso, vamos ao ranking:
Adoráveis perdedores
Minnesota Vikings
Apesar da existência de viquingues na área ter sido contestada, a verdade é que, para uma torcida com uma grande quantidade de pessoas com ascendência nórdica, a torcida dos Vikings até que é bem simpática.
Soma-se ao fato de, apesar de ter equipes competitivas por diversas décadas, o time nunca ter ganho o Super Bowl: dos comedores de pessoas de púrpura e o ótimo QB Fran Tarkenton nos anos 70, passando por Randy Moss – o recebedor mais espetaculoso que a NFL já viu – na virada do milênio, até os times mais recentes e competitivos, Minnesota sempre foi sinônimo de bater na trave, quase um time amaldiçoado.
Um outro motivo para torcer para os Vikings é o uniforme, uma belíssima combinação de púrpura e amarelo que já trouxe títulos em outras modalidades, mas ainda não vingou na NFL. Só não fica mais isolado na primeira posição pois o estádio é fechado, um erro crasso.
Buffalo Bills
Erro que o Buffalo Bills não cometeu. Com estádio aberto, muita neve e torcedores um tanto eufóricos depois de tomar uns negocinhos para afastar o frio, os jogos dos Bills em casa são um espetáculo. Até as derrotas são espetaculosas.
O time do interior do estado de Nova York (quase Canadá, o que é sempre mais simpático) conseguiu a proeza de perder 4 Super Bowls. Mais impressionante ainda foi terem perdido em 4 anos seguidos.
Depois de uma época de vacas magras (e péssimos uniformes), os Bills escolheram o ótimo QB Josh Allen e ultimamente estão sempre entre os candidatos ao título. Os uniformes também voltaram a grande fase, ou seja, um time ideal para quem está começando.
Los Angeles Chargers
Um ótimo jovem QB, um uniforme bonito. Essas também são características dos Chargers – uma mistura de Portuguesa, América do Rio e São José de Porto Alegre da NFL – a diferença está na cidade, afinal eles estão locando um kitnet na ensolarada Los Angeles.
Outro time amaldiçoado, os Chargers passaram do ótimo QB (e melhor ainda fazendo filhos) Philip Rivers para Justin Herbert, ou seja, mais de duas décadas de tranquilidade na posição mais importante da modalidade. Mas a maldição dos Chargers está nas lesões, sempre com alguém machucado na hora H.
Os mais otimistas dizem que existem torcedores dos Chargers, mas a verdade é que ninguém na região de Los Angeles os viu. Nos jogos do time as torcidas adversárias enchem o estádio, o que é um pouco triste, mesmo assim eles são carismáticos o suficiente para ter sua própria torcida (se tivessem ficado em San Diego teriam mais motivos ainda).
New York Jets
Único time dessa leva que já ganhou um Super Bowl – no tempo do guaraná de rolha e com Joe Namath, um dos QBs mais groove que já existiu – os Jets chocaram o mundo e foram o primeiro time da AFL (que se tornou AFC) a vencer a grande final.
Desde então maior feito dos Jets foi ter se tornado o time de coração de Kevin Arnold, personagem fictício da série Anos Incríveis, e ter participado da fatídica jogada conhecida como “Butt Fumble” quando o QB do time na época, Mark Sanchez, correu direto nas nádegas do companheiro de time, perdeu a bola e o jogo que, obviamente, estava sendo transmitido nacionalmente.
Porém os Jets têm um futuro promissor com a chegada de um dos melhores QB da história, Aaron Rodgers (um ótimo QB mas que se perdeu na vida e se tornou membro do terceiro reiki) e jovens bons jogadores, especialmente na defesa. Os uniformes não são aqueeeeeela maravilha, mas são passáveis.
Aves e felinos
Cincinnati Bengals
Os Bengals poderiam muito bem estar melhor posicionados, afinal possuem uma história de muitas derrotas, algumas participações no Super Bowl (algumas vexaminosas, outras menos) e um jovem quarterback promissor. Na verdade Joe Burrow é tão bom quanto os citados anteriormente, com a diferença que é mais cool.
O problema do time de Ohio está no seu uniforme e seus motivos animal print, muito difícil de levar a sério. As cores laranja e preto também não ajudam. Os Bengals foram criados para ser uma espécie de Cleveland Browns com grife – tanto que seu primeiro técnico foi Paul Brown, sujeito que era tão bom no que fazia que o time resolveu adotar o nome dele como homenagem.
Carolina Panthers
A verdade é que o time das Carolinas deveria estar bem abaixo nesse ranking, afinal é uma das franquias mais novas de NFL (foi criada em 1995) e não possui cores e temas tão legais assim. Mas, de alguma forma, as panteras são simpáticas a ponto de figurarem entre os melhores times para começar a torcer.
Apesar de jovens, esses gatinhos já passaram (e perderam) por 2 Super Bowls: um no qual eles não tinham motivo algum para estar ali, outro que entraram como favoritos e foram engolidos pelos Broncos (uma noite bem triste, diga-se de passagem). E juventude é o nome do jogo, já que escolheram um quarterback na primeira posição do draft deste ano, o jovem (rá!) e promissor Bryce Young.
Atlanta Falcons
Se a derrota do rival das Carolinas foi triste e melancólica, a derrota dod Falcons no último Super Bowl que parricipiu foi um dramaçhão mexicano. Ainda hoje causa traumas de guerras em seus torcedores e jogadores.
Mas a franquia Falcons pode ser classificada como sem gracinha, fora o período em que teve o eletrizante Deion Sanders na sua secundária, a história dessas aves é de puro marasmo e só estão bem colocados pelo fato de nunca terem conquistado o título.
Ter jogado sempre em estádios fechados, mesmo jogando em Atlanta, uma das regiões mais quentes dos USofA é no mínimo uma decisão questionável, para não dizer completamente equivocada.
Arizona Cardinals
Basicamente a mesma história dos Falcons, uma ave sem muito a acrescentar, com a diferença que essa é a equipe mais antiga do futebol americano, foi criada em 1898 como Morgan Athletic Club (ou Clube Atlético do Morgan, pai da Gianna). Mas quando se juntou a APFA (futura NFL) eles já eram o Chicago Cardinals.
Por isso, os Cardinals já tem dois títulos 1925 e 1947, porém esses campeonatos não contam para esse exercício, afinal estão sendo contados apenas os títulos da era moderna da NFL, ou seja, após a criação do Super Bowl. Assim como os títulos nacionais anteriores existiam, mas só tem importância os campeonatos brasileiros pós 1971, assim também é na NFL.
Além disso, os Cardinals são daqueles times ridículos que gostam de jogar com estádio fechado e isso por si só já tira muitos pontos, mesmo com o gramado indo tomar sol de vez em quando.
Dor e sofrimento
Las Vegas Raiders
Nenhum time é mais Brasil que os Raiders. No passado teve lá seus momentos, mas boa parte de sua história foi de dor e sofrimento. Outro aspecto que liga os Raiders ao Brasil é o multiculturalismo, é uma das torcidas mais diversas da NFL, com fãs de diversas origens culturais e paleta de cores.
Isso porque em grande parte de sua história os Raiders se localizavam em Oakland, uma prima pobre e mais gente boa de San Francisco. Oakland é uma das cidades mais multiculturais dos EUA, com uma divisão quase exata entre brancos, pretos, latinos e asiáticos e a torcida dos Raiders é reflexo disso (quando o time se mudou para Los Angeles nos anos 80 ele angariou a torcida desses grupos, exceto os riquinhos e descolados brancos, que preferiam os Rams).
Tudo isso mais os uniformes mais bonitos dos esportes norte-americanos, deveriam fazer com que os Raiders estivesse na primeira posição desse ranking não é? Mas desde a mudança para Las Vegas o time perdeu grande parte do seu charme e com um moderno estádio novo e coberto, o que restava desse charme evaporou, restando só a torcida apaixonada.
Miami Dolphins
Os motivos para torcer para os Dolphins são muito parecidos com os dos Raiders, só é preciso trocar o multiculturalismo por muamba… e um pouco de praia. Assim como os Raiders, os golfinhos de Miami perderam um pouco do seu charme nas últimas alterações de uniforme e por isso perderam pontos.
Mas ao contrário do mato sem cachorro que o time anterior se encontra, os Dolphins estão em uma ascendente, tudo graças a chegada de um técnico blasé e um quarterback de nome esquesito. Tua Tagovailoa fez no ano passado sua melhor temporada em sua ainda curta carreira e deu sinais que pode corresponder ao hype que entrou na liga. E o responsável foi o técnico Mike McDaniel, outro ilustre membro da turma de 1983, que é um gênio ofensivo de voz cansada (de repente ele só precisa de um docinho).
Chicago Bears
O Chicago Bears esteve entre os fundadores da NFL, ou seja, tem muita história para contar. Seu estádio é o mesmo dos anos 60, apenas reformado (bem reformado, quase aquelas harmonização faciais que deixam a pessoa irreconhecível) e por isso traz elegância aos estádios multi tecnológicos e sem inspiração dos dias atuais. Além disso, o time honra os gramados com belos uniformes quando entra em campo.
Ou seja, tudo o que um time precisa para ter a sua torcida, fora o fato de nunca conseguir ganhar. Ou quase nunca. O time venceu o Super Bowl de 1985 e desde então seu grande feito foi chegar a uma final de conferência com o QB com a cara mais chama soco das últimas décadas, Jay Cutler.
Muito dessa tristeza se deu pelo fato de que seu principal rival, o Green Bay Packers, contar com dois dos melhores QBs da história nessas últimas 3 décadas. Mas com a saída de Rodgers dos Packers e com a ascensão do jovem e dinâmico Justin Field como QB dos Ursos, o otimismo volta a crescer na cidade dos ventos.
Philadelphia Eagles
Mas os Eagles chegaram ao Super Bowl na temporada passada? E ganharam ele não faz muito tempo (2017)? Por que eles estão nessa posição? A resposta é simples, eles vão voltar a usar os uniformes antigos, os famosos kelly green, tonalidade de verde muito mais transante do que aquele verde musgo que parecia estragado utilizado nas últimas décadas.
Além disso, os torcedores dos Eagles (e de qualquer time da Philadelphia) são apaixonados e… um tanto raivosos. Eles vaiam todo mundo, os árbitros, os jogadores e técnicos dos outros times, os repórteres, os mascotes, os jogadores do próprio time e até o Papai Noel.
Um dos times mais clássicos da NFL, com origem nos anos 30 do século XX e com um símbolo inspirado no new deal de Roosevelt já seria um bom motivo para ter sua torcida, especialmente para quem gosta de história, mas a chegada do eletrizante Jalen Hurts como quarterback da franquia também ajuda.
Mal vestidos para o sucesso
Jacksonville Jaguars
Tecnicamente essa galera deveria vir antes na lista de times que merecem sua torcida, mas convenhamos, com uniformes e estádios tão chumbregas, fica difícil. O time de Jacksonville – espécie de Araraquara da Flórida – por exemplo, é tão sem graça que seguidamente está sendo cotado para uma transferência para Londres, o que certamente revela a animosidade entre os dois países.
Porém nem tudo é horror, os Jaguars possuem um mascote audaciosos e um quarterback saído diretamente de um comercial da L’Oreal e o restante do time, se for bem montado e treinado, pode finalmente dar alguma alegria para um torcedor mais interessado na piscina do estádio do que no jogo em si.
Tennessee Titans
Rival dos Jaguars (e do time a seguir, os três fazendo parte da AFC, divisão mais sem graça da NFL) os Titans já foram um time extremamente cool, pelo menos para os padrões da NFL, quando eram o Houston Oilers. Nos anos 80 possuiam um QB negro (fato raro), ótimos uniformes e um técnico que usava uma chapelão de caubóis. Um arraso.
Mas desde que se mudaram para Nashville toda a graça se perdeu. Na terra do country e rock, eles adotaram o insosso nome de Titans, uma clara alusão aos Novos Titãs da DC, espécie de X-men do Paraguai. Se ao menos fossem inspirados no grupo Os Titãs (ex Titãs do Iê-iê-iê), daí a vibe seria totalmente diferente.
Houston Texans
Depois da partida dos Oilers, Houston ganhou um novo time, mas poucos imaginavam que ele seria tão sem graça. Com a pior combinação de cores para uma equipe da NFL (azul escuro, vermelho e branco) o time dos chifres tem ao seu favor o logo com uma cabeça de touro que é bem bacana.
E é só. Time mais novo da liga, os Texans alternam boas temporadas com anos sofríveis como o campeonato passado. Filhos do seu tempo (metade dos anos 2000) eles carregam a falta de imaginação que caracterizou essa época nos esportes americanos.
Detroit Lions
Os Leões de Detroit teriam tudo para estar mais acima nesse ranking. Um dos times mais antigos da NFL, eles nunca conseguiram se adaptar à era moderna da liga, seu momento mais marcante foram os anos 90, quando contavam cum um dos corredores mais dinâmicos da história do esporte, Barry Sanders.
Mas no resto do tempo foi tudo muito sofrido, inclusive se tornando o primeiro time a perder todos os jogos de uma temporada de 16 jogos (o outro time vai aparecer mais no fundo), motivos de sobra para ter nossa simpatia. Isso não fosse o uniforme, a combinação de cinza e azul não encaixa, e os estádios cobertos (que retiram 50% do chame). Uma tristeza, já que isso não acontece com os outros times profissionais da cidade, como o Red Wings e Pistons, muito mais tchans e vencedores.
Meh
New Orleans Saints
Os times dessa categoria estão no limbo da torcida. Não são notórios vilões, mas tiveram campanhas e títulos o suficiente nas últimas décadas para fazer com que nossa simpatia não precise ser 100%. Outra característica importante, todos tem ótimos uniformes, alguns deles verdadeiros clássicos.
É o caso dos Saints, só por ser um time de santos no meio de piratas, gigantes e felinos de grande porte já é suficiente para garantir nossa atenção. O símbolo da equipe, uma flor-de-lis, flor símbolo do estado da Louisiana e que remete a sua colonização francesa, também dão um toque bacana. O estádio coberto é meio fuen, mas o uniforme preto e dourado garantem uma melhor posição desse time que já foi sinônimo de saco de pancadas da NFL.
Indianapolis Colts
Um dos motivos para os Colts ficarem nessa posição foi o fato de terem fugido na calada da noite de Baltimore e isso não se faz. O outro é que desde o final dos anos 90 até metade da década passada eles sempre estiveram entre as grandes equipes – com direito a título – graças a escolha de 2 ótimos quarterbacks, Peyton Manning e Andrew Luck. Mas desde a aposentadoria precoce do segundo, o time de Indiana ficou em um limbo de mediocridade.
Com um uniforme de visual clean e um belo tom de azul (bem melhor do que o rival Texans) os Colts são a única equipe da AFC Sul a ter conquistado alguma coisa nos últimos séculos. Só não foi o suficiente para conquistar nossos corações.
New York Giants
Os Giants são o outro time de Nova York, e apesar de dividirem o mesmo estádio, eles são uma franquia muito mais vitoriosa e clássica, já que sua fundação data de 1925. Os Giants e Colts (ainda Baltimore) foram responsáveis por aquilo que foi chamado de Jogo do Século, a final da NFL de 1958 (ainda pré Super Bowl), partida considerada um divisor de água no sucesso da liga.
Apesar do azul escuro do uniforme, o seu estilo é tão clássico que compensa as cores insípidas. Fato de jogarem num (enorme) estádio aberto aumentam as credenciais do clube. Mas a verdade é que só por terem vencido os Patriots duas vezes no Super Bowl (uma delas impedindo uma campanha perfeita do time de New England) já é suficiente para garantir a simpatia de qualquer um.
Green Bay Packers
Verdade precisa ser dito, o Green Bay Packers é um dos times mais simpáticos da NFL, pelo menos para aqueles que não são seus rivais. Único time da liga que não é propriedade de um velho bilionário branco com incontinência urinária, o Goiás da NFL é um dos times mais antigos da liga e todo o seu visual, do logo até o uniforme é um dos mais clássicos (e por ser verde-amarelo, um dos mais Brasil).
Porém, apesar de toda a simpatia, os Packers vem percebendo sua imagem se desgastar nos últimos anos, tudo graças aos últimos dois QBs da franquia. Brett Favre e Aaron Rodgers estão entre os melhores da posição de todos os tempos e levaram o time de Wisconsin a títulos.
Porém Aaron se revelou um conspiracionista da vacina, com ideias desmioladas e participação no terceiro reiki. O caso de Favre foi ainda pior, envolvido em um desvio de dinheiro para construir um estádio milionário para o time de voleibol da universidade do seu estado natal, Mississipi (estado mais pobre do USA) onde, consequentemente, joga a sua filha.
Modinhas
Seattle Seahawks
Okay, agora chegamos a uma parte da lista que se você escolher alguns desses times para torcer é porque algo de muito estranho está ocorrendo em sua vida. Os Seahawks nunca foram grandes coisa até a década passada quando começaram a ganhar tudo, inclusive indo para dois Super Bowls – o primeiro uma vitória avassaladora, o segundo uma derrota trágica – ganhando assim novos torcedores ao redor do mundo.
Bom, você não precisa ser um desses torcedores. Apesar de torcer para que um time de Seattle pareça uma ideia legal – afinal é a terra de Kurt Cobain, Jimi Hendrix e Mina Kimes – o time em si não é tanto, especialmente quando usam aquele uniforme verde marca texto que machuca os os olhos. Deixe os Seahawks para os modinhas de dez anos atrás.
Los Angeles Rams
Ao contrário dos Seahawks, o Los Angeles Rams é um dos times mais icônicos da NFL e teve times fortes por várias décadas. Mas ao perceber que os Raiders tinham mais torcedores que eles na própria cidade, magoados, resolveram se mudar para St. Louis.
Parece uma ideia absurda, ainda mais com a construção de um estádio fechado horroroso, mas deu certo, e o time foi campeão em 1999. Aproveitando a eterna má fase dos Raiders, os Rams resolveram voltar para Los Angeles com pompa e circunstância e novamente deu certo. Construíram um estádio extremamente tecnológico e pirotécnico (que alugam para os pobre do Chargers) e nessa brincadeira ainda foram campeões do Super Bowl recentemente.
Kansas City Chiefs
Os Chiefs tem belos uniformes, o melhor quarterback da atualidade (quiçá da história, Patrick Mahomes), uma torcida apaixonada e foram campeões de dois SB recentemente. Mas você vai querer torcer para um time de Kansas City? Uma cidade que se chama literalmente cidade do Kansas, mas que fica em outro estado, o Missouri. Muito errado.
Não vamos nem entrar na celeuma de que os torcedores utilizam alguns gritos de guerra um tanto quanto preconceituosos nos jogos, mas vamos focar na cor deles, todos muito brancos no meio dos Estados Unidos, um pesadelo ambulante, mais de 70 mil pessoas tentando transformar a América grande novamente.
Baltimore Ravens
O grande trunfo dos Ravens foi ter seu nome retirado do poema de Edgar Allan Poe (que por sinal também serviu de inspiração para seus mascotes, os corvos Edgar, Allan e Poe) e só. Outro time que saiu fugido da cidade. Dessa vez Baltimore foi o destino da fuga do time que anteriormente era o Cleveland Browns. E como a cidade era amaldiçoada, foi só trocar de cidade e nome que logo a franquia foi campeã, em 2000.
Por ser um dos rivais de outros dois times que estão abaixo nessa lista, os Ravens podem parecer simpáticos aos mais desavisados, mas não são. Suas cores são no mínimo duvidosas e apesar de atualmente possuir um QB extremamente dinâmico, Lamar Jackson, o provável é que voltem a algum quarterback meia boca com o qual vão ganhar algum Super Bowl (os últimos dois foram assim).
Os piores, se não houvesse os piores
San Francisco 49ers
O time de San Francisco é um dos mais vitoriosos da era moderna da NFL, especialmente a partir dos anos 80, quando ganharam vários títulos com uma mão nas costas. Liderados pelos QB Joe Montana e o recebedor Jerry Rice, detentor até hoje de vários recordes da liga e jogando no simpático Candlestick Park, os 49ers participaram de jogos memoráveis e criaram grandes rivalidades, especialmente com os Cowboys.
Mas atualmente o time é basicamente um braço esportivo da região do vale do silício, pode até ter grana e sucesso, mas é tão necessitado de atenção que chega a ser patético. O estádio é moderno e sem graça, os torcedores são os riquinhos da área (o povão torce pros Raiders) e o time até ganha, mas a que custo?
Washington Commanders
O que dizer de uma franquia que teve que trocar de nome pois ele era obviamente racista (inclusive o dono do time, na época que escolheram o nome, era um notório racista) e que foi vendido recentemente pois o novo dono era alvo de inúmeras denúncias de assédio no local de trabalho, além de outras barbaridades (racismo incluso).
Para piorar o time trocou de nome para o insosso Commanders (consegue ser pior que os Wizards da NBA), um logo ainda mais sem graça e conta no seu departamento técnico uma das pessoas mais alucinadas com a extrema-direita, o técnico da defesa completamente MAGA das ideias, Jack Del Rio.
Tampa Bay Buccaneers
Nos anos 70 existia um ótimo time com temas de pirataria e um belo logo e que ficava na baía de San Francisco, o Oakland Raiders (que significa corsário). Quando decidiram criar um time em Tampa (espécie de Osasco da Flórida) pensaram: “por que não copiar essa ideia?” E daí nasceu o Tampa Bay Buccaneers, com a única diferença nas cores, uma espécie de laranja desbotado (e extremamente subestimado).
Os Buccaneers largaram o visu laranja faz tempo, e desde então têm sido responsáveis pelos piores uniformes da NFL. Do ponto de vista de títulos deu certo, de saco de pancadas nos anos 70 (com recorde de derrotas seguidas até hoje) eles ganharam dois títulos, um nos anos 2000 (em cima justamente dos Raiders, com direito a teorias da conspiração) e outro em 2021, temporada da pandemia que muita gente ainda acredita que nem aconteceu.
Denver Broncos
A diferença da torcida de Kansas para Denver está na possibilidade de utilizar cannabis legalmente, e só. Para piorar, os Broncos poderiam ter um dos uniformes mais bacanas da NBA, uma combinação inusitada de laranja e azul, mas resolveram trocar para algo muito mais sem graça.
A equipe campeã de dois SB dos Broncos dos anos 90 era liderada por John Elway, um quarterback com cara de vilão de A Vingança dos Nerds (mas não são todos?) e o time vencedor na metade da década passada tinha Peyton Manning e sua cara de quem comeu queijo estragado, ambos ótimos exemplos de que torcer (e jogar) para os Broncos (assim como o facismo) acaba com a pessoa.
Eixo do mal
Cleveland Browns
Os Browns deveriam estar na sessão “Adoráveis Perdedores”, afinal, nenhum time é mais amaldiçoado do que eles. Foi só criarem um tal de Super Bowl que o time de Cleveland não ganhou mais nada. E pior, seus torcedores viram ele fugir na calada da noite, virar Baltimore Ravens e ganhar logo em seguida.
Um novo Cleveland Browns foi criado em seguida e foi dado a ele todos recordes e títulos do antigo Browns, mas esse novo Alcione foi um dos piores times desse milênio, inclusive realizando a façanha de em duas temporadas seguidas registraram um recorde de uma vitória e trinta e uma derrotas.
Cansados de perder, o Browns resolveu fazer um pacto com o diabo e como diabo leia-se Deshaun Watson, ex QB do Houston Texans, que vinha de ótimas temporadas quando foi acusado de assédio sexual por dezenas (!) de mulheres e foi suspenso pelo time. E que o time amaldiçoado fez? Trocou por Watson e ainda lhe deu um novo contrato. E como esse time não é o último lugar nessa lista? Logo vocês saberão.
Pittsburgh Steelers
Os Steelers são praticamente o inverso dos Browns em termos de sucesso (além de maior rival). Passaram décadas sendo apenas figurantes na NFL, quase falindo algumas vezes, mas quando foi criado um troço chamado Super Bowl a franquia mudou a chave e se tornou uma das mais vencedoras, 6 troféus no total.
Com poucas temporadas ruins nos últimas 50 anos, o time de Pittsburgh está sempre entre os melhores e conta com ótimos uniformes e torcedores que ficam girando umas toalhas amarelas no meio do jogo (algo que fica entre o legal e o cafona, tipo a ola no futebol). Porém, seu último grande QB -“Big” Ben Roethlisberger – também teve sua cota de denúncias por assédio, ou seja, torcer para esse time fará Jesus chorar.
Dallas Cowboys
“The America ‘s Team”, o time que melhor representa o futebol americano, grandes jogadores, muitos títulos, recordes, um estádio enorme no meio do Texas. Torcer para os Cowboys é a mesma coisa que ter o Super-Homem como seu super herói favorito, famoso, mas extremamente sem graça.
Quem escolhe torcer para o time da estrela solitária mostra muito da sua personalidade, é alguém que está disposto a utilizar atalhos na vida, não quer fazer esforço, não quer sofrer, quer apenas dizer que torce para o “meu Dallas”, pior que isso só torcer para seleção norte-americana de basquete. Por favor, tenha princípios.
New England Patriots
Quem escolher torcer para os Patriots nesse momento pode estar com diversos problemas, especialmente os relacionados à ética a moral. Primeiro o time se chama patriotas e se já seria brega torcer para um time de patriotas no Brasil, imagina um de patriotas dos USA. Ridículo.
Mas fora isso, torcer para os Patriots significa torcer para um vilão quando ele está no auge, é torcer para Darth Vader e o Império no começo de “Uma nova Esperança”, é torcer para Hitler e o nazismo em 1939. Realmente, foram várias vitórias nos últimos anos, mas é isso que você quer para sua vida?
Além disso, é o time mais chato e sem personalidade da NFL (uma liga famosa pela falta de personalidade). Seu mantra é “faça seu trabalho”, o técnico é conhecido pelo mau humor e respostas monossilábicas, todos os jogadores se transformam em robôs com respostas prontas e assim que saem do time voltam a ser pessoas normais, Tom Brady que o diga.
Para finalizar, o time fica na região da Nova Inglaterra, mas a maioria dos seus torcedores é de Boston (chegou a ser Boston Patriots por um tempo), uma das torcidas mais racistas, se não a mais, de todo o território dos USofA. Ou seja, se você escolher torcer para esse time, olhe bem para o espelho e pense se é isso que você quer para a sua vida: lavagem cerebral, racismo e vitórias efêmeras. Reflita
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